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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Perspectiva de um Suicídio.


Ja se fazia noite, uma noite fria e enevoada. O silencio entrava pela janela que estava escancarada, se podia ouvir somente o balançar das folhas nas árvores lá fora. 
As cortinas do quarto que outrora eram tão brancas e límpidas, agora estavam manchadas de um vermelho rubro, vermelho que escorria e depois entrava pelas gretas do assoalho velho e já bastante desgasto.
Uma garrafa de vinho pela metade, com a qual comemorei o meu fracasso estava ali, jogada em um canto.
Brindei com a morte que ja estava ali esperando ansiosamente. 
Meu sistema sensorial me dizia que aquilo estava quase completo, que a dor acabaria logo. Estava rindo descabidamente, o pouco que podia ouvir do meu riso me deixava aterrorizada.
Sintia que estava deitada em meio a grandes espinhos que me transpassavam. Estava sendo afogada por eles.
Folhas me cobriam dos pés a cabeça. Raízes me entrelaçavam.
Minhas pétalas caíram, minha cor se desfez.
A rosa se foi.
Só sobraram os espinhos.
Só espinhos...







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